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Star Trek Discovery – Doce Tristeza – Parte 01 [Such Sweet Sorrow – Part 01]

Star Trek Discovery – Doce Tristeza – Parte 01 [Such Sweet Sorrow – Part 01]

O décimo terceiro episódio da Segunda Temporada de Star Trek Discovery, Doce Tristeza, é a Parte 01 de um episódio duplo. O episódio é, praticamente, uma grande preparação para o próximo episódio, numa mistura de “preparação para a guerra” e “final de novela”. Vamos olhar mais de perto.

Star Trek Discovery: Doce Tristeza – Parte 01

Ao que tudo indica as teorias dos fãs que jogariam a Discovery para o futuro a fim de juntar a história com o Short Trek Calypso, e de quebra tirar o elefante do meio da sala chamado Discovery e coloca-lo em um local onde ele consiga se movimentar sem correr o risco de quebrar nada. Ao ser lançada no futuro, em uma época ainda não desenvolvida por outras séries de Jornada nas Estrelas, Discovery ficará mais livre para desenvolver suas próprias histórias sem que os roteiristas corram o risco de quebras de cânone, tanto narrativo quanto visual.

Partindo deste ponto a primeira parte de Doce Tristeza parte para uma sucessão de cenas de despedidas no melhor estilo dos episódio de fechamento de novela. Sério, são mais de dez cenas de despedidas. Só faltou um casamento. Mas calma, essa é só a primeira parte, quem sabe no próximo episódio?

Como definido por diversos episódios, onde os roteiristas não sabem como um computador funciona, o tal “Arquivo da Esfera Anciã” não pode ser deletado. Logo a única solução será “destruir a Discovery”. Não que eu me oponha, mas com uma Terceira Temporada já encomendada isso será difícil. Logo eles tem que evacuar a Discovery, e qual a melhor opção? Lógico que é colocar uma ponte entre a Discovery e a Enterprise e atravessar a pé de uma nave para outra! Por que usarmos o teletransporte, uma tecnologia que anda lado a lado com a série desde o primeiro episódio piloto, a mais de 50 anos?

Só por masoquismo de minha parte, vamos fazer uma conta rápida. Matemática básica:

  • Na Enterprise existem pelo menos 4 salas de transporte, cada uma com uma capacidade para 6 pessoas simultâneas.
  • Logo poderiam transportar no mínimo 24 pessoas por vez.
  • Com uma tripulação média de 400 tripulantes, precisaríamos de 16.66 sessões de transporte. Vamos arredondar para não mandarmos ninguém pela metade: 17.
  • Cada transporte leva aproximadamente 3 segundos para ser efetuado.
  • Precisaríamos de 51 segundos para transportar toda a tripulação para a Enterprise.
  • Considerando toda a fila, e atrasos possíveis, é bem provável que em menos de 5 minutos toda a tripulação estivesse a bordo a Enterprise.
“Este é o Poder da Matemática, pessoal!” – Sylvia Tilly

Certamente demoraram muito mais de 5 minutos para alinhar as duas naves e estender as passarelas ligando as duas. Mas quem sou eu para questionar, não é mesmo. Vida Disco!

Depois descobrem que, não bastante ser impossível deletar o maldito arquivo, agora a Discovery é indestrutível! Por que a Federação nunca lutou com uma nave que tinha escudos como defesa! Ora. Eles poderiam ter modulado a frequência dos torpedos, fazendo-os sobrepujar os escudos. A Discovery é uma nave da Federação, eles tem os códigos para desarmar os escudos remotamente como já vimos em “Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan” [Star Trek II: The Wrath of Khan]. Ou diversas outras possibilidades. Mas, tentamos uma vez, deu errado. Volta todo mundo para a Discovery!

Só por aqui já me deu vontade de ir assistir o episódio dessa semana de The Orville, Santuário; mas como sou masoquista, continuei. Continuei para encontrar uma sucessão de cenas de despedidas, numa redundância pareada apelas por nossas novelas. “Ah, mas irá melhorar na terceira temporada!”. Vamos só lembrar que este roteiro foi escrito com a participação de Michelle Paradise, a Showrunner da próxima temporada.

Um detalhe que os roteiristas não se atentaram, é o tempo que as coisas levam para acontecer. Eles tinham somente uma hora até a Armada do Controle chegar. Neste período, eles conseguem evacuar a Discovery pelas passarelas, falhar em destruí-la, voltar para a Discovery, fazer uma reunião, fazer diversas sessões de despedidas, dar sorvete para a Rainha de Xahea, adaptar as Naves Auxiliares para se tornarem caças, Criar uma Armadura do Anjo Vermelho do zero sem o material necessário… Essa tripulação da Discovery é realmente muito eficiente. Tudo bem, eu sei que eles mudaram de lugar no meio disso tudo, possivelmente aumentando a distância da Armada CONTROLE, mas mesmo assim.

Outro detalhe que foi ignorado é o espaço interno das naves. Ao final do episódio, nos podemos ver uma infinidade de Naves Auxiliares / Caças e Drones de Manutenção Modificados para batalha, sobrevoando as duas naves. Os Drones de Manutenção vieram a bordo da Enterprise, como informado pela Número Um, e possivelmente mais algumas Naves Auxiliares. O fato é: Não existe espaço dentro das naves para todas essas naves menores! A não ser que junto com os Cristais do Tempo, os roteiristas pegaram emprestado Tecnologia Gallifrey para deixar a parte interna maior que a externa.

De um jeito ou de outro, este episódio enfrenta dois problemas: Espaço e Tempo. Einstein se sentiria orgulhoso.

E isso tudo foi só a primeira parte! Aguardemos para saber quais mais agradáveis surpresas estão por vir.

Capitão Pike e Capitão Georgiou

Ao final do episódio, quando Pike está sendo teletransportado para a Discovery, meio que sem motivo ela diz ser do “Universo Espelho”, e Pike responde ironicamente: “Que Universo Espelho?”, e dá uma piscadela. Vamos dar uma analisada nesta cena, visto que ela é bem curiosa.

Pike não é bobo e provavelmente já sabia, ou desconfiava fortemente, dela ser Terrana. Porque então ele não fez nada? Bom, Pike não é bobo não. Me da a impressão que ele deixou ela agir da maneira que ela quisesse, e enquanto ela não estivesse colocando ninguém em risco, tudo estaria bem.

Pike representa os ideais da Federação, e a Federação acredita que todo mundo pode ser bom e agir da maneira certa. Só precisa de uma oportunidade.

A Ponde da Enterprise

Não posso deixar de falar sobre a Enterprise. No momento que entramos a bordo da nave, nos sentimos imediatamente em casa. O Som, o Espaço menor, o controle do Turbo-Elevador. Tudo está onde deveria estar. É uma “atualização estética”? Sim, é. Mas feito da maneira correta.

O que vimos em Discovery até este momento, não foi uma atualização estética, e sim uma estupro de uma identidade visual criada ao longo de mais de meio século. Esta Enterprise é a prova que faltava para mostrar o quanto Discovery está deslocada dentro do universo que ela se força a fazer parte.

Comparação da Ponte da Enterprise de Discovery e de Série Original de Jornada nas Estrelas

Cenas de Despedida

  • Sarek / Amanda e Burnham
  • Burnham e Tyler
  • Burnham e Tilly
  • Burnham e Tripulação no Corredor
  • Burnham e Tripulação na Ponte de Comando
  • Tripulação e Pike na Ponte de Comando
  • Stamets e Culber
  • Saru mandando mensagem para a Irmã
  • Detmer mandando mensagem para a Família
  • Owosekun mandando mensagem para a Familia
  • Stamets / Tilly e Reno na Engenharia

Análise em Vídeo de Star Trek Discovery: Doce Tristeza – Parte 01

Pensamentos Soltos no Espaço

  • O Motor de Esporos não tem a capacidade de viajar no tempo? Na primeira temporada, eles voltaram para o “universo principal”, porém meses depois. Porque então a necessidade do “Cristal do Tempo”?
  • Como Sarek e Amanda chegaram na Discovery? Talvez pelo Motor do Roteiro.
  • Infelizmente Kirk ainda é apenas um guri. Se ele estivesse no comando neste episódio, Ou ele teria vencido o CONTROLE com um paradoxo lógico, ou com um cruzado de esquerda ou simplesmente baixando os escudos da Discovery. Mas em fim…
  • Para onde Tyler foi ao final do episódio? Em busca de ajuda Klingon, ou em busca de Harry Mudd? Afinal de contas, eles estão se esforçando para dizer que os Short Treks foram importantes para a série.

Imagens de Star Trek Discovery – Doce Tristeza – Parte 01

Ficha Técnica

Direção: Olatunde Osunsanmi
Roteiro: Michelle Paradise, Jenny Lumet e Alex Kurtzman
Lançamento: 11 de Abril de 2019

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Episódio Anterior:
Pelo Vale das Sombras [Trought the Valley of Shadows]

Próximo Episódio:
Doce Tristeza – Parte 02 [Such Sweet Sorrow – Parte 02]

Newton Uzeda

Newton Uzeda, o Terceiro de seu Nome, Viajante de muitos Mundos, Sonhador de Fantasia, Leitor de Sci-fi, o Desafiador da Máquina, o Colecionador de Mundos, o "Último dos Renascentistas", Guardião de Histórias e o Questionador de Autoridades.

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